Curta brasileiro produzido por Sting está na seleção oficial do festival sul-africano Durban International Film Festival

O curta-metragem “Footsteps on the Wind”, uma produção conjunta entre Brasil, Reino Unido e Estados Unidos, será exibido e está na mostra competitiva do Durban International Film Festival, realizado anualmente na cidade sul-africana de Durban, localizada na província de KwaZulu-Natal. O festival, que este ano será realizado inteiramente de forma online, apresenta longas-metragens, curtas e documentários de autores consagrados e premiados, além de ser uma vitrine global para filmes do continente africano, feitos por africanos e afrodescendentes. “Footsteps on the Wind” poderá ser assistido gratuitamente online no site do Festival (exibições restritas à África do Sul) e estará concorrendo a Melhor Curta ao lado de outras obras de animação e live-action.

“Footsteps on the Wind” é um filme da produtora paulista Dirty Work, em colaboração com Chasing The Light Studio, com sede em Londres e é dirigido pelos brasileiros Gustavo Leal, Faga Melo e pela palestina-libanesa Maya Sanbar.

O curta de animação brasileiro foi recentemente exibido no prestigiado Oakville Festival of Films and Art, do Canadá, além de ter sido premiado na categoria “Melhor Curta-Metragem de Animação” no Cinequest Film & Creativity Festival, que aconteceu no final de abril nas cidades de San Jose e Redwood City, na Califórnia. Logo na primeira participação de “Footsteps on the Wind” em uma mostra competitiva, ao lado de quase 2.000 longas e curtas de diferentes continentes, o filme ganhou um dos mais importantes prêmios do festival californiano, que o qualifica para uma possível indicação ao Oscar® em 2022.

“Footsteps on the Wind” conta a história de duas crianças que perdem seus pais tragicamente e devem viajar para a segurança em uma viagem misteriosa. Enquanto lida com temas de migração infantil, luto e resiliência, a animação pretende ser uma ferramenta de storytelling para todos os traumas e sentimentos de perda e esperança.

O cantor e compositor de renome mundial, ator e ativista Sting, escreveu a música “Inshallah”, trilha sonora do curta, em 2016 em um esforço para aumentar a conscientização sobre a crescente crise de refugiados em todo o mundo. Ele doou a música pro bono ao filme, a fim de apoiar sua missão como uma ferramenta de terapia.

Sting, que também é produtor executivo do filme, diz: “Músicas são como máquinas de afinidade, ao passo que você escreve sobre uma situação enquanto empatiza com os personagens; então muitas vezes o ouvinte acaba também sentindo empatia por pessoas na mesma situação. A situação a qual eu me refiro na música é a dessas famílias fugindo do perigo em barcos de borracha tentando cruzar o Mediterrâneo para chegar a um local seguro. Eu sou pai; Eu sou avô. Eu me imaginei ali querendo trazer minha família em segurança durante uma situação muito perigosa. A palavra ‘Inshallah’ – que significa ‘se Deus quiser, então acontecerá’ – soou para mim como uma oração que as pessoas nesta situação estariam fazendo. E então a música praticamente se escreveu sozinha.”

A narrativa mágica e instigante de “Footsteps on the Wind” está sendo exibida virtualmente na ONU, e o filme será lançado em todo o mundo ao longo de 2021. A diretora Maya Sanbar foi curadora da exposição da ONU sobre refugiados “Voices on the Wind”, comemorando os 70 anos do Alto Comissariado da ONU dos Refugiados e o 75º aniversário das Nações Unidas. É a maior e mais inovadora exposição online da ONU até hoje. Os personagens e os gráficos do filme foram usados para destacar temas como Ver, Ouvir e Fazer. Como Sanbar afirma: “Foi importante durante o lockdown explorar os sentidos que perdemos tanto isoladamente”.

O curta “Footsteps on the Wind” tem como objetivo entreter e educar, explorando a realidade de crianças refugiadas desacompanhadas, contada da perspectiva de uma criança, com um tom de fantasia. A certa altura, um polvo gigante solta tinta através de seus tentáculos, que se parecem com mãos humanas, e persegue os irmãos Noor e Joseph, protagonistas do filme, pelo fundo do mar. Um paralelo com todas essas crianças que desaparecem a cada ano por caírem em mãos perversas à procura de dinheiro.

Sem falas, o curta consegue apenas com a letra da música apresentar seus temas emocionais e mostrar o quanto são universais. Por causa de sua duração curta, contendo muitas referências de histórias da vida real, o filme é uma ferramenta de intervenção terapêutica natural para crianças deslocadas e traumatizadas. Os cineastas o oferecerão gratuitamente a ONGs e grupos comunitários que trabalham com refugiados após sua jornada pelos festivais de cinema ao redor do mundo. O próprio processo de desenvolvimento do roteiro envolveu uma pesquisa cuidadosa, incluindo oficinas de histórias com crianças refugiadas e informações de psicólogos de trauma

Diretores brasileiros

Gustavo Leal, publicitário de Varginha – Minas Gerais, atuou como diretor de arte em algumas das mais importantes agências de publicidade do Brasil como DM9DDB e Wunderman para marcas globais como Microsoft, Intel e Chevrolet. Em 2013, sua paixão por contar histórias, design e ilustração falou mais alto e ele decidiu abrir a produtora Dirty Work, que já realizou trabalhos em animação para inúmeras marcas como Rappi, Netshoes, Fox Premium, Vivo, Ifood, Adidas, Samsung e muitas outras.

Faga Melo, cineasta e artista gráfico, é natural de São Gonçalo – Rio de Janeiro e estudou Cinema em São Paulo e Los Angeles. Já trabalhou na produção de filmes publicitários, conteúdo para Cinema, TV, além da Rod Stewart World Tour e Jogos Paralímpicos. Em 2016, quando seu caminho finalmente se cruzou com o de Gustavo, eles começaram a trabalhar como uma dupla e passaram a colocar em prática a combinação de seu gosto singular pelas coisas em cada oportunidade. Eles são movidos por uma forma colaborativa e horizontal de trabalho que visa a contribuição de todas as pessoas envolvidas na produção, além, é claro, da busca incessante da forma mais original possível de contar uma boa história.

Apaixonados por ilustração, fotografia, cinema e animação, Leal e Faga estão sempre em busca de novos experimentos e técnicas para evoluir a cada projeto que dirigem. Suas formações distintas e espíritos autodidatas permitem ao duo mergulhar em diferentes linguagens e técnicas do mundo da animação. 2D, tradicional, 3D e stop-motion. Ação com animação. Hoje eles possuem uma linguagem autêntica, que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado nacional e internacional à frente da direção criativa da Dirty Work.

Sobre “Footsteps on the Wind”, Gustavo e Faga dizem: “As pessoas não conseguem imaginar como é ser refugiado ou como seria deixar para trás seus sonhos, cultura e identidade para seguir um caminho de incertezas, em um oceano de desconhecidos. Esperamos que este filme possa aumentar a conscientização e fazer a diferença na vida dessas pessoas ”

SOBRE FOOTSTEPS ON THE WIND: 

“Footsteps on the Wind” é um curta-metragem de animação com trilha sonora da música “Inshallah” de Sting. Baseado na dura e intensa realidade de refugiados ao redor do mundo, o filme é uma narrativa contada através do olhar de crianças que nunca desistem de seus sonhos. A pequena Noor e seu irmão Joseph veem suas vidas dilaceradas quando um evento inesperado acontece em sua casa, empurrando-os para uma jornada pelos mares e terras misteriosas.

SOBRE A PRODUTORA DIRTY WORK: 

Dirty Work é um estúdio criativo de animação de São Paulo que foi formado em 2013 a partir de uma única ideia: produzir conteúdos capazes de inspirar pessoas.

São movidos e apaixonados por contar histórias com um design artístico e original.

Seu grande diferencial é a filosofia de trabalho feita pela dinâmica colaborativa somada à capacidade de conexão e gestão de equipe pensando no lado humano.

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